segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Medo, a impotência de tomar o controle sobre nossa vida


                O medo é uma das grandes causas de frustrações. Enquanto o medo esta nos perturbando permanecemos imóveis as situações do dia a dia, nos incapacitamos frente ao trabalho, ao estudo, ao lazer, e o descanso nunca é encontrado. Permanecemos assim num estado de estresse constante, não permitindo que nosso organismo pare e descanse.
                O medo pode nos atingir de diferentes maneiras, como por exemplo, durante uma situação nunca antes vivida, como por exemplo, em uma viagem para um lugar desconhecido, ou reviver uma situação que em sua primeira vez foi vivida em perigo, como uma nova gestação, após uma gestação de risco. Podemos também ter medos antecipativos quanto ao nosso futuro, medo de perder pessoas queridas, medo de passar fome ou viver sem dinheiro.  Existem também as fobias, que ultrapassam o limiar dos medos resultando em um temor ainda maior.
                Tenho observado no meu dia a dia que alguns de nossos sintomas acabam sendo desencadeados por situações relacionadas a medos, fazendo com que fiquemos paralisados, impedindo em grande escala que possamos viver o presente, inseguros e sempre pensando no que devemos ou não fazer, e acabamos assim perdendo um tempo precioso.
Atendi um pacientes há alguns meses que apresentava sinais de tristezas e desânimos constantes, e a surpresa veio ao descobrirmos a real causa do problema.  Anos antes ele começou a apresentar sintomas de tontura, com perdas de equilíbrio, e ao ser avaliado por um médico, o mesmo apenas olhou no ouvido dele e disse ao paciente que ele tinha um tumor no cérebro, sem nem um único exame, após a avaliação por outro especialista foi chegada à conclusão de se tratar apenas de uma labirintite. Agora se imagine no lugar do paciente, o que iria sentir? Provavelmente sentiríamos o chão se ir, um total desabamento da existência, o fim de grandes e importantes sonhos. Por mais que o diagnóstico estava errado, o mal já ficou, a palavra já foi dita, e gravada de uma maneira fulminante, difícil de ser revertida.
                Para vocês terem uma idéia, em francês a palavra TUMOR ao ser falada tem um caráter ainda mais forte se dividirmos suas sílabas, “tu” é igual a você e “mort” significa morte, ou seja, você morto. Observem que impacto esta palavra tem, sem falar em todo retrospecto que é falado sobre o assunto, do sofrimento à morte.      Por estas situações que a palavra muitas vezes é tão perigosa e pode ferir tal como uma arma.
Quantos de nós não vivemos situações de medo que acabaram por perturbar o nosso cotidiano, desde alterações no sono, ansiedade, insegurança, dores no estomago, dores de cabeça ou dores pelo corpo? Quantas coisas deixamos de fazer por medos ou inseguranças impostas por nossas culturas? “Não ande de pés descalços que vai ter problema na bexiga”, “não vá na chuva que vai dar pneumonia”, “não sai de perto da mãe senão o velho do saco vai te pegar”, “se fizer isto vai apanhar”, e assim por diante, nossa vida foi sempre controlada pelo medo.
                Os medos muitas vezes provêm de situações já vividas de perigo, como por exemplo, os medos de água, de lugares fechados, de escuro, de altura, de temporais, de cachorro, de dirigir, entre outros. Geralmente iremos ter medo se já passamos por algo perigoso. Muitas vezes, se conseguimos lidar com as situações que foram desencadeadoras do medo em nosso passado, poderemos sim superar nossos temores e nos consagrarmos vencedores em nossas vidas, superando mais e mais obstáculos.

Dr. Ivan Bonaldo
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